sexta-feira, 14 de abril de 2017

Resenha: Balada 80


Título: Balada 80
Autora: Denise Barbosa
Páginas: 346
Editora: Young


“Balada 80” é um livro nacional do gênero infantojuvenil, escrito pela autora Denise Barbosa. Seu lançamento ocorreu na Bienal do Livro de São Paulo, em 2016, publicado pela Editora Young. Se você gosta de histórias divertidas, com boas referências e viagem no tempo, esta é uma ótima indicação de leitura. Aqui no blog, já fizemos uma entrevista com a autora (Entrevista autora Denise Barbosa), conheçam mais do seu trabalho.
Em "Balada 80", conhecemos Vanessa, uma adolescente como qualquer outra: Ligada no seu mundinho rodeado de modernidade, músicas do momento, gírias, redes sociais, tecnologias e a milagrosa chapinha. Mas tudo começa a mudar quando se vê apaixonada por Ricardinho, o garoto popular da escola, inteligente e fascinado pela cultura anos 80.



Apesar de estudarem na mesma escola e, ás vezes se cruzarem, ambos nunca conversaram – Ricardinho era uma paixão platônica de Vanessa – até que na Educação Física, suas turmas se juntaram para uma partida de vôlei, e adivinhem só quem estava no time adversário? Ele mesmo, o Ricardinho! Isso acaba deixando Vanessa tão distraída que, sem querer, acaba levando uma bolada no nariz! Mas é nessa situação inusitada que finalmente os aproximam.
Então Ricardinho convida Vanessa a se juntar ao seu grupo, uma rodinha de violão, onde ele toca e canta. O que poderia ser um momento legal, acaba sendo meio constrangedor para ela, afinal, nossa protagonista não curte nenhuma “velharia”, se sentindo meio perdida naquele mundo, aquelas músicas que, para ela, são estranhas. É nesse dia que sua ficha cai: Ricardinho é muito para ela, e para conquista-lo, terá que entender e conhecer seus gostos. Sua melhor amiga, Marília (adorei essa menina, também quero ser amiga dela haha’), tenta ajudar Vanessa, apresentando algumas bandas e filmes da década de 80.



Até que um dia, uma fatalidade acontece na vida de Vanessa. Se pai acabara de sofrer um gravíssimo acidente de moto, o deixando entre a vida e a morte. Aquilo a deixa arrasada, um forte desejo de mudar o destino de seu pai cresce em seu coração e será isso que mudará para sempre suas vidas. É através desse forte sentimento que Vanessa é transportada para o ano de 1988! (Agora como ela foi parar ali, leia o livro e descubra, não darei spoilers haha’).
Completamente perdida, confusa e sozinha, Vanessa mesmo que sem querer, acabará conhecendo e vivendo na década de 80. O melhor de tudo está para acontecer: Ela irá conviver com sua mãe adolescente e ainda se tornarão grandes amigas, além de rever seus avós e descobrir o quanto a década de 80 era incrível, irá se divertir como nunca. Nesse tempo que passará na década de 80, Vanessa aprenderá muito, contribuindo para seu amadurecimento e voltando a seu tempo atual totalmente renovada e com surpresas.
Porém dúvidas cercam seus pensamentos, “como voltar para casa?” “será que sem querer ela mudou algo do seu futuro?”, ”será que quando voltar seu pai estará melhor?”



Denise Barbosa como sempre vem me surpreendendo com suas histórias. Tem uma escrita tão gostosa e nos envolvemos tanto com os personagens que não queremos o final do livro! Uma característica que percebi da autora é o quanto ela adora fazer reviravoltas na história, sério mesmo, acho sensacional esse detalhe, pois não fica aquele clichê. Não posso esquecer de mencionar o quanto o livro é cheio de personagens cativantes (seja os principais ou secundários) e a vontade imensa de viver na história, a forma que Denise narra nos faz sentir dentro do livro, nos identificar com os personagens, e de como foram citadas as referências dos anos 80, desde a parte musical com Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, Titãs... E a parte de filmes como "De Volta para o Futuro" e "Dirty Dancing", aproximando a nova geração de grandes clássicos.
Mesmo eu não tenha vivido na década de 80 (nasci nos anos 90), lendo esse livro, tive uma sensação de nostalgia de quando eu era criança nos anos 90 e meados de 2000, e como tudo muda rápido.
Denise Barbosa é uma autora que veio com tudo! Até comentei com ela que se tornou uma das minhas autoras favoritas, é impossível não se encantar com seus livros, e “Balada 80” foi uma das minhas melhores leituras de 2017. 
Preciso falar dessa diagramação linda. Parabéns á Editora Young pela perfeição e o cuidado dos detalhes. Cada apresentação de capítulo é ilustrado com uma fita cassete. Amei a arte da capa, com certeza uma das capas mais fofas da minha estante. Outra coisa legal do livro, é que se você leu "Diário de uma fã", (Resenha aqui) você irá se deparar com alguns personagens que você viu no livro, inclusive a protagonista Babi na adolescência.



Se você já leu “Perdida” da Carina Rissi, com certeza irá amar “Balada 80”, têm a mesma pegada e as duas autoras possuem uma narrativa tão leve e atual que você devora o livro em pouquíssimos dias (ou horas). Mesmo se tratando de um livro adolescente, recomendo a leitura para todas as idades.
Denise Barbosa é parceira do blog, acompanhe a autora em suas redes sociais:




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Uma indicação deliciosa para curtir nesse feriado de Páscoa!
Boa leitura!

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Miss Fisher's Murder Mysteries. Você precisa ver essa série!!!

A Netflix já um grande acontecimento, mudou a forma como vemos TV, quebrou o monopólio dos grandes grupos de entretenimento e democratizou o acesso a produções de qualidade. Numa dessas minhas incursões pela plataforma, descobri uma preciosidade australiana, só me arrependo de não ter conhecido antes a série, mas já resolvi esse probleminha com uma boa dose de maratonas!!! A série em questão é a aclamada Miss Fisher's Murder Mysteries, protagonizada por Essie Davis!!!


Em pleno século 21, o machismo ainda está bem vivo, então parece incrível que uma das maiores referências na ficção televisiva sobre feminismo e empoderamento da mulher seja uma série criminal ambientada na Austrália dos anos 1920. A primeira temporada, exibida em 2012 pelo GNT (canal pago do grupo Globosat), chegou silenciosamente à Netflix, mesmo assim, a grande plataforma fez com que a história de uma ousada detetive amadora arrebatasse muitos fãs entre seus usuários. A plataforma já conta com as três temporadas produzidas.



O título é bobo e a trama parece bastante inocente à primeira vista. Baseada em uma série de romances da escritora australiana Kerry Greenwood (ainda não traduzidos para o português), o programa acompanha as aventuras de Phryne Fisher (Essie Davis), uma herdeira moderna e sedutora que, depois de passar muitos anos fora da Austrália, volta a Melbourne e começa a solucionar crimes e mistérios, uma mistura de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle.

Kerry Greenwood.
A série é um ode ao feminismo, uma produção necessária em tempos de ódio como o nosso. Começamos com Miss Phryne, uma mulher independente, experiente, astuta, generosa, cheia de atitude e, declaradamente, nada interessada em casamento — mas com uma vida sexual bem movimentada por diferentes parceiros. Seu espírito livre escandaliza algumas pessoas, incluindo sua tia conservadora Prudence, que condena suas ações desafiadoras à sociedade vigente. Além disso, uma das melhores amigas de Phryne, Mac, é uma médica lésbica, e os episódios já abordaram, de forma delicada e, ao mesmo tempo, informativa, temas como abortos clandestinos e práticas inseguras de trabalho em uma fábrica composta de mulheres. Ajudar outras a reconhecer seu papel importante parece uma das missões da personagem de Essie, que transformou sua acompanhante Dot, por exemplo, de uma menina acuada sem objetivos na vida em uma corajosa ajudante de detetive.

Mac e Phryne!!!
Phryne e sua intérprete, por si só, já desafiam a indústria sexista do entretenimento. Aos 45 anos, Essie está fora da faixa etária geralmente escolhida para papéis de protagonistas sedutoras. Que bom!!! Sua força e sua atuação passam um recado muito claro e relevante a quem se permita investigar crimes junto com ela em frente à TV.

Boa #maratonaNetflix para todos!!!