sexta-feira, 4 de março de 2016

Resenha: A menina que roubava livros


Título: A menina que roubava livros 
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca 
Número de Páginas: 494
Ano: 2005



‘’A menina que roubava livros’’ é o quinto livro do autor Markus Zusak publicado pela editora intrínseca, o livro se tornou um best seller mundial e foi publicado em mais de 40 idiomas, ele ficou na lista de mais vendidos do The new York Times e após tanto sucesso o livro foi adaptado para o cinema e estrelado pelos atores Sofhie Néllise, Geoffrey Rush e Emily Watson. O escritor é bem recebido pela crítica de revistas conceituadas como Publishers Week, School Library Journal, KLIATT, The Bulletin e Booklist.

O livro é narrado pela morte e nos conta a história de Liesel Meminger, uma menina que vive em uma época de horror na Alemanha de Hitler durante a II Guerra Mundial, após a morte de seu irmão, sua mãe comunista é obrigada a entregá-la a um casal que mora em um subúrbio pobre de uma cidade alemã. Com seus pais adotivos ela começa uma nova vida, no começo ela fica com um pouco de medo e apreensiva, os primeiros meses são os mais difíceis, mas aos poucos ela vai pegando a confiança de seus novos pais.

É só uma pequena história, na verdade, sobre entre outras coisas:
* Uma menina
* Algumas palavras
* Um acordeonista
* Uns alemães fanáticos
* Um lutador judeu
* E uma porção de roubos

Seu pai adotivo Hans Hubermann um pintor e acordeonista é um homem alegre e ético que tem uma relação afetuosa com a Liesel, ela não sabe ler e tem sede de conhecimento, logo no início da história antes de ser entregue a seus pais adotivos, ela rouba seu primeiro livro ‘’O Manual do Coveiro’’ que ela pegara escondido no enterro do irmão. ‘’Quanto a menina, ela sentira um desejo repentino de lê-lo, que nem sequer tentara entender. Qualquer que fosse a razão, sua ânsia de ler aquele livro era tão intensa quanto qualquer ser humano de dez anos seria capaz de vivenciar.’’  E é usando exatamente este livro que o seu pai a ensina a ler, escrever e a estimula ainda mais seu gosto pela leitura, Hans além de ensina-la lhe transmitia muito amor e confiança.

‘’Ele lia todas as noites e se sentava com a menina. Nas primeiras duas noites, só fez ficar com ela - um estranho para matar a solidão. noites depois, sussurrou: - Pssiu, eu estou aqui, está tudo bem. Passadas três semanas, abraçou-a. A confiança se acumulava depressa, graças sobretudo à força bruta da delicadeza do homem, a seu estar ali. Desde o começo, a menina soube que Hans Hubermann sempre apareceria no meio do grito e não iria embora.’’

Sua mãe adotiva Rosa Hubermann apesar de parecer durona, no decorrer da história se mostra uma mulher muito boa e que também se importa com a filha. Rosa trabalha passando roupas e é Liesel que se torna a encarregada de entregar, quase sempre com a companhia de seu amigo Rudy que ela conhece no bairro onde mora e que se torna um amigo muito fiel e companheiro. ‘’Doido ou não, Rudy sempre esteve destinado a ser o melhor amigo de Liesel. Uma bolada de neve na cara é, com certeza, o começo perfeito de uma amizade duradoura.’’ É com ele que ela vive suas melhores aventuras e compartilha diversas coisas, exceto um segredo que ela não pode contar em circunstancia alguma, seu pai teve de esconder no porão um judeu, o jovem poeta Max, que era filho de um homem que salvou Hans durante a primeira guerra. Com Max no porão, a menina acaba nutrindo uma amizade muito bonita e sincera pelo moço, os dois tem muito em comum, o amor pelos livros e pelas palavras. 
O desejo da menina em ler novas histórias a fez furtar muitos mais livros, um desses furtos foi enquanto os nazistas em atos frequentes dessa época queimavam pilhas de livros, pois representavam perigo ao regime totalitário de Hitler, isto é, tudo aquilo que não eram ideias nazistas, e foi em um desses momentos que Liesel no final do ato quando não restava mais ninguém recolhe escondido um livro que sobreviveu as chamas. Ela também passava horas lendo na biblioteca da mulher do prefeito, que é um dos clientes de sua mãe adotiva.
Desde o começo da história nós podemos ver a visão que a morte tem sobre os humanos, suas peculiaridades e o grande afeto que tem pela roubadora de livros, ‘’Os seres humanos me assombram.’’  Conforme os anos passam a guerra se avança e as coisas vão ficando cada vez mais complicadas no bairro onde a menina vive e é nos livros que ela se apega, apesar de todas as dificuldades e tristezas da guerra, ela encontrava alegria e conforto nas histórias que lia.
Faz um bom tempo que li esse livro, mas não podia deixar de escrever sobre ele, é uma história sensacional que me conquistou desde a primeira página e que até hoje é um dos meus favoritos. A trama traz personagens fascinantes, bem construídos e que nos revelam admiração, é uma leitura rápida e rica em detalhes, lembro que quando comecei a ler não conseguia parar, fiquei totalmente envolvida e muito emocionada durante o enredo, não tem como não se emocionar com um livro que retrata um período da história que foi tão triste, mas apesar de parecer uma história mórbida, na verdade é um livro que através da vida de Liesel nos enche de emoção. Em um período de guerra, de medo, de holocausto e de tanta crueldade a menina através dos livros que roubava ia transformando sua vida triste em uma trajetória de esperança. 

Com uma escrita excepcional Markus Zusak impressiona, porque em uma época de tanto horror ele transforma tristeza em poesia, e através de seus personagens conta uma história de amizade, amor e solidariedade, e como diz na contracapa do livro ''Quando a morte conta uma história você deve parar para ler'.' E deve mesmo, com trama e personagens tão cativantes é uma história que  todos os amantes de um livro bem escrito e que gostam de um bom drama deveriam ler, é definitivamente impossível não se encantar com a vida de Liesel. 

''As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas para mim, está
muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a
cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade,faço questão de notá-los.''



Um comentário:

  1. Amei sua resenha! Confesso que comecei a leitura desse mas parei na página 70 mais ou menos porque a história não me prendia... mas vendo sua análise, acho que vou dar uma nova chance! hahaha Beijos,
    Yasmim.

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